Casos e antecedentes
O urbanismo barroco é abordado no século XVII a partir da construção das cidades capitais na Europa (Lisboa, Madrid, Valladolid,...). Nesta primeira época cria-se uma noção de planejamento como processo necessário, de cidade como obra de arte tridimensional e da análise e controle da perspectiva como eixos do urbanismo barroco. Durante o século XVI o movimento é exibido apenas para as elites ou nos jardins “privados”, já no Barroco, as fachadas transformam os tecidos urbanos como um cenário da vida pública.
O período vai cobrir cronologicamente os séculos XVII e XVIII, com um urbanismo que vai consolidar os estados nacionais com o conceito de "Estado-nação", entidade primária, e com as capitais como centros políticos do poder absoluto (do ultimo período serão as intervenções de Londres, Washington, Viena, ou París,...). Nessas cidades surgem novas formas de pensar sobre traçado urbano. Os serviços e as dimensões públicas protagonizam a cidade. A lei, a ordem e a uniformidade são produtos específicos da cidade barroca.
Os três elementos clássicos barrocos são a linha reta, a perspectiva monumental, e a uniformidade do programa urbano transformando-se numa paisagem que define um cenário conceitual para a vida pública e expressão da autoridade política da época. (Hoyuela Jayo, et al., 2015)
O urbanismo do século XIX na Europa reflete, e é parte, da transferência do poder da Coroa para a nova burguesia urbana.. Célebres exemplos são a reforma dos espaços urbanos de Paris de Hausmann, que procura a monumentalidade, a ocupação do vazio em Viena e a expansão da cidade de Barcelona.
O valor do desenho urbano dessas praças parisienses está na nova escala urbana. A imagem da cidade tem um desenvolvimento excêntrico em relação ao conjunto. Elas divergem a partir do núcleo da cidade para expandir suas fronteiras até as muralhas que vão ser integradas como vias principais. No projeto de Hausmann de 1860 salubridade e tráfego vão se constituir como os principais eixos das atuações urbanísticas do período. As novas aberturas viárias, como os parques Boulogne, Vincennes, Monceau de autoria de Alphand, as infraestruturas, especialmente o saneamento, e a reorganização administrativa são alguns dos elementos caraterísticos desse processo. (Hoyuela Jayo, et al., 2015)